Tavira, Algarve, Portugal, 2 de Julho de 2014

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Added by MiAmigo
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A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história. Uma campanha arqueológica empreendida em 1997, trouxe à luz um troço de muralha Fenícia datado do século VIII A.C., comprovando a existência de um entreposto ou de uma colónia aqui estabelecida por aquele povo de navegadores e comerciantes.
À época da Invasão romana da Península Ibérica, a povoação, então denominada Balsa, adquiriu importância estratégica devido à construção de uma ponte sobre o rio.
Embora a pesquisa arqueológica remonte a uma povoação Muçulmana do século XI, as primeiras informações escritas a seu respeito datam da primeira metade do século XII, quando era denominada at-Tabira, referindo a sua fortificação no contexto das lutas entre Almoravidas e almoadas, que levaram à submissão da povoação ao emir Almunine, em 1168:
Tavira constituía-se então, juntamente com Santa Maria al-Harum (atual Faro) e Silb (atual Silves), uma das principais povoações do al-gharb al-Andaluz.
À época da Reconquista cristã da península, as forças portuguesas atingem o leste algarvio a partir de 1238. Tavira foi conquistada em 11 de Junho de 1239 (Maio de 1240, segundo Alexandre Herculano ou mesmo 1242 segundo outras fontes), pelas forças de D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago. A tradição associa a esta conquista a uma represália daquela Ordem pela morte de sete de seus cavaleiros em uma emboscada quando à caça no sítio das Antas (Freguesia da Luz).
A 9 de janeiro de 1242 (ou 1244 segundo outras fontes).
Sancho II de Portugal (1223-1248) doou os domínios de Tavira e o padroado da sua igreja à Ordem de Santiago, doação confirmada em 1245 pelo Papa Inocêncio IV.
Pretextando que a cidade havia sido conquistada por uma Ordem Militar castelhana, Afonso X de Castela reclamou-a para si, vindo a impor-lhe cerco e a conquistá-la em 1252. No ano seguinte, firmou-se um tratado pelo qual Afonso III de Portugal (1248-1279) desposaria a filha de Afonso X e, caso dessa união resultasse um filho que viesse a completar os sete anos, o avô materno lhe daria como presente o Algarve. Tendo as condições desse diploma sido preenchidas em 1264, Afonso X entregou o Algarve a Afonso III por carta de 20 de Setembro, passada em Sevilha. Em função deste ato, o soberano português concedeu cartas de foral a diversas povoações algarvias, a primeiro das quais a Tavira, em Agosto de 1266.Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), o castelo foi reparado e reforçado e a cerca da vila ampliada (1292), conforme inscrição epigráfica. Data desse período a construção da Torre de Menagem. O soberano, por Carta Régia de 1303, ampliou os privilégios dos moradores, impedindo que os seus bens fossem penhorados ou vendidos excepto por dívidas com a Coroa.À época da crise de 1383-1385, o Mestre de Avis doou o Reguengo de Tavira a Fernão Álvares Pereira, irmão do Condestável Nuno Álvares Pereira. Posteriormente, após a conquista de Ceuta, iniciado o processo dos Descobrimentos portugueses, a povoação veria a sua importância estratégica e económica aumentar. O seu castelo, entretanto, apresentava risco de derrocada, conforme a queixa de suas gentes perante as Cortes de 1475.
Sob o reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521), a vila recebeu o Foral Novo (1504), elevando-a à categoria de cidade em 16 de Março de 1520, entre outros importantes privilégios. É seu Alcaide-mor à época Vasco Eanes Corte-Real.
Em 1573, quando D. Sebastião (1568-1578) visita Tavira, encontram-se em progresso as obras de construção do Forte de Santo António (Forte do Rato), fronteiro à barra do rio Gilão em 1577.
Posteriormente, no contexto da Guerra da Restauração da independência, D. João VI (1640-1656) confirma todos os privilégios concedidos a Tavira por seus antecessores, determinando obras de modernização do castelo medieval, reforçando-lhe a estrutura e adaptando-o aos tiros da então moderna artilharia. A defesa da povoação será complementada, em 1672, pelo início da construção da Fortaleza de São João da Barra de Tavira, na Gomeira, fronteira à barra do rio Gilão em 1717.
As muralhas do Castelo de Tavira encontram-se classificadas como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 16 de Maio de 1939.
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